Redes Ad Hoc
Redes ad hoc sem fio não possuem estações rádio-base (ERBs ou pontos de acesso) para coordenação e controle, e toda a tarefa de acesso ao canal de comunicação é distribuída entre os próprios nós (ou usuários). Ou seja, não existe uma infra-estrutura de rede, enquanto que os nós podem ser fixos ou móveis. Resulta assim que essas redes são extremamente versáteis e têm um enorme potencial de serem bastante utilizadas no futuro.
As redes ad hoc devem possuir protocolos de comunicação descentralizados e que fazem pouco uso de recursos computacionais e energia dada a falta de infra-estrutura. Estes protocolos devem ser testados sob condições que procurem retratar os mais diversos cenários práticos que um usuário deste sistema pode encontrar. Neste contexto, o efeito da mobilidade em redes ad hoc tem sido estudado por diversos autores interessados em investigar os sistemas e procolocos de comunicação sob condições de uso que reproduzam as situações de usuários
em movimento que utilizam a rede. A dinâmica da mobilidade pode interferir fortemente nos resultados de análise de desempenho dos protocolos. Dentre os vários modelos de mobilidade utilizados na literatura e nos simuladores para redes ad hoc, o Random Waypoint (RWP) é certamente o mais empregado. Já foi mostrado, porém, que o RWP sofre do problema de não atingir regime estacionário sob certas condições de seus parâmetros. Mais especificamente, foi provado que a velocidade média instantânea dos nós na rede cai a zero ao longo do tempo e isto tem impacto direto sobre o desempenho da rede. Mais preocupante é que vários autores têm testado diversos protocolos de comunicação sob estas condições, o que pode levar a resultados imprecisos ou até mesmo inválidos. Neste trabalho, nós propusemos uma alteração na forma de escolha da velocidade dos nós que permite ao RWP sempre atingir regime
estacionário. Realizamos um estudo analítico da mobilidade onde mostramos como o regime estacionário é sempre alcançado com a nossa proposta, e apresentamos resultados de simulações que corroboram nossa análise.